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A Universidade de Évora está a apoiar o Comando Territorial da GNR de Setúbal para combater a sinistralidade rodoviária, através de uma aplicação digital, disse ao Ensino Magazine aquela academia.

Este apoio resulta da implementação do projeto Modelação e Predição de Acidentes de Viação no Distrito de Setúbal (MOPREVIS), financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) “que resultou de uma parceria entre a Universidade de Évora e o Comando Territorial de Setúbal da GNR”, explica a UÉ.

Com base nesse projeto, coordenado pelo professor da Universidade de Évora, Paulo Infante, foi “desenvolvida uma aplicação digital de apoio à tomada de decisão, que permite a visualização do passado, presente e futuro”.

Aquando o lançamento deste projeto, Paulo Infante, citado na mesma nota enviada à nossa redação, considerava que “se for possível contribuir para poupar nem que seja apenas uma vida humana, este projeto já terá sido um enorme sucesso e um relevante contributo social da Academia através da aplicação do seu conhecimento, esforço e interação com a sociedade e com os parceiros que integram o projeto”.

A aplicação começará a ser utilizada pela GNR de Setúbal  a partir dComando Territorial da Guarda Nacional Republicada de Setúbal, após uma prévia formação aos oficiais e sargentos afetos ao destacamento de trânsito.

De acordo com a Universidade, “esta aplicação incorpora uma parte preditiva que combina resultados da aplicação de modelos estatísticos, análise espacial e modelos de Inteligência Artificial, permitindo “observar o futuro”. Foram identificadas algumas vias de maior risco de ocorrência de acidentes. Cada via foi segmentada em troços de 500 metros e a predição é obtida por troço para um dia e para um período temporal de h horas. Os resultados são apresentados num mapa com informação por troço, onde também é possível consultar o histórico associado aos acidentes que ocorreram nesse troço.  A predição tem uma sensibilidade (probabilidade de predizer corretamente a ocorrência de um acidente) que varia entre os 71% e os 82%, conforme a via”.

Por outro lado, diz a UÉ, “a aplicação possui, também, a possibilidade de visualizar e analisar os dados dos acidentes ocorridos na zona de ação do Comando Territorial de Setúbal da GNR. Dispõe, ainda, de um atlas criado com base num novo indicador de gravidade concebido pela equipa do projeto e com base na identificação de clusters de acidentes com vítimas”.

Recorde-se que este era um dos objetivos do projeto MOPREVIS, cuja “informação permitirá à GNR um apoio científico à tomada de decisão e um contributo relevante para uma otimização da gestão dos recursos humanos e materiais para a prevenção da sinistralidade rodoviária grave”.

Recorde-se que Setúbal é o distrito de Portugal com maior sinistralidade grave relevante.

01-12-2022

Consultar em: https://ensino.eu/ensino-magazine/universidade/2022/universidade-de-evora-ajuda-gnr-de-setubal-a-reduzir-sinistralidade-rodoviaria/